São José dos Campos (SP), segunda-feira, 18 de março de 2024, por Marcos Eduardo Carvalho – Centenas de moradores da cidade de Santiago, segunda maior de Cuba, fizeram um protesto neste domingo (17) durante o dia. Na oportunidade, eles pediram mais comida e energia elétrica.
Isso porque a escassez de alimentos e os apagões têm sido constantes na cidade e em outras regiões do país. Nos últimos anos, Santiago também se tornou um importante destino turístico de Cuba.
E, com esse aumento de demanda, também há problemas com sobrecarga de energia elétrica. De acordo com relatos de moradores, o último apagão durou cerca de 18 horas, prejudicando até mesmo alimentos que estavam congelados.
Presidente de Cuba pede ‘diálogo’
O presidente de Cuba, Miguel Díaz-Canel, pediu diálogo com os manifestantes. Ainda mais porque esse tipo de protesto não é comum na ilha, que vive uma ditadura socialista desde o final da década de 1950, onde todos os meios de comunicação são controlados pelo governo local.
‘A disposição das autoridades do Partido, do Estado e do Governo é atender às reclamações do nosso povo, ouvir, dialogar, explicar os diversos esforços que estão sendo realizados para melhorar a situação, sempre em uma atmosfera de tranquilidade e paz”
O presidente se manifestou pelo X (ex-Twitter), ainda no domingo. E tem procurado acalmar os ânimos da população, até para evitar uma revolta ainda maior em um momento de tensão e crise econômica na ilha, que resistiu à Guerra Fria e seguiu no regime socialista, mesmo com o fim da União Soviética.
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País vive êxodo desde a pandemia
O fato é que a pandemia da Covid-19, em 2020, agravou a já frágil economia de Cuba. Com isso, a escassez de alimentos e também de energia elétrica se agravaram muito.
De acordo com dados extraoficiais, desde então mais de 400 mil cubanos já teriam migrado para os Estados Unidos. E o governo cubano vem acusando os norte-americanos de fomentarem esses protestos.
Inclusive, o governo de Cuba vem chamando os Estados Unidos de ‘terroristas’. E, apesar dos protestos, o governo não registrou prisões e nem atos de violência dos manifestantes, que teriam entendido a posição do governo após uma conversa nas ruas de Santiago.